O mês de Agosto é marcado pela cor lilás, com o intuito de conscientizar sobre a violência contra a mulher. Por isso, te apresentamos um pouco da grande história de Margarida Maria Alves, um símbolo na luta sindical, e além disso um símbolo feminino inspirador para todo o mundo.
Margarida nasceu em 5 de agosto de 1933, em Alagoa Grande, no Brejo da Paraíba. Neste mesmo lugar, ela se tornou a primeira mulher a ocupar o cargo de presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, papel que assumiu durante 12 anos. Mas acima disso, ela era uma mãe, uma trabalhadora, uma camponesa e uma nordestina. A líder sindical se transformou em símbolo de resistência e luta contra a violência no campo, pela reforma agrária e fim da exploração dos trabalhadores rurais.
Em vida, lutou para que os trabalhadores do campo tivessem seus direitos cumpridos e respeitados, como carteira de trabalho assinada, férias, 13º salário e jornada de trabalho de 8 horas diárias. além disso, também foi fundadora do Centro de Educação e Cultura do Trabalhador Rural junto a Paulo Freire, e deixou um forte legado na luta coletiva. Margarida foi um destaque na luta em defesa dos direitos dos trabalhadores rurais, principalmente no seu trabalho de base, onde conscientizou os trabalhadores, o que passou a incomodar os patrões.
O assassinato de Margarida aconteceu na porta de sua casa, no final da tarde de uma sexta-feira, na frente dos vizinhos, do marido e do filho, de 8 anos. O assassino de aluguel, contratado pelos fazendeiros da região, não fez questão de esconder o rosto, e atirou a queima roupa com uma espingarda calibre 12. As denúncias de abusos e desrespeito aos direitos dos trabalhadores nas usinas da região, feitas por Margarida, resultaram no seu assassinato. Infelizmente, hoje, após 40 anos, nenhum autor ou mandante do crime foi punido.
No ano de 2000, foi criada a Marcha das Margaridas, onde mulheres de diversos movimentos sociais marcham até Brasília em homenagem à memória da líder sindical e contra a pobreza, a fome e a violência sexista, de quatro em quatro anos. Além disso, foi criada a Lei 14.649, que inscreve o nome de Margarida Alves no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria e a A Paraíba instituiu o dia 12 de agosto como Dia Estadual das Defensoras e Defensores dos Direitos Humanos, que foi o dia de seu assassinato.
A vida e a morte de Margarida Maria Alves foi um divisor de águas não só no movimento sindical, mas também, na vida da mulher. Ela deixou um legado, que hoje é perpetuado por milhões de mulheres ao redor do mundo. Além disso, ela nos deixa uma lição mais que importante: a luta é sinônimo de força física, mas sim de superação e determinação.
Texto e Design por Mylena Campos
*Com informações de g1.com.br
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